O DIARINHO nasceu das ruas, tendo como parteiro um experiente, sensível e bem-humorado navegador, que singrava os mares da humanidade com olhar atento. Não foi só porque ele sabia ouvir e contar histórias que o DIARINHO fez e faz sucesso. Ouvir, em jornalismo, é fundamental, e saber contar é essencial, mas teve mais coisas nessa caminhada. O véio Dalmo Vieira entendeu, desde cedo, que os bons jornais são, acima de tudo, amplificadores das vozes de seus leitores. Participantes ativos das comunidades onde circulam.
Os ingredientes principais da receita do DIARINHO são, sem dúvida, o respeito pela voz rouca das ruas; o apreço pela vida bem vivida, com humor e alegria; e a valorização da liberdade, da convivência, da pluralidade de ideias e da independência política.
Dalmo Vieira começou o jornal em janeiro de 1979, depois de ter consolidado uma carreira vitoriosa de advogado. O DIARINHO foi o primeiro jornal diário de Itajaí e das cidades próximas, como Balneário Camboriú, Navegantes e Camboriú. Dalmo criou o jornal porque quis, porque era seu sonho. E dedicou-se a encontrar uma fórmula que fizesse com que o leitor tivesse, folheando suas páginas, o mesmo prazer que ele encontrava fazendo o jornal. Não era, portanto, desses jornais criados para agradar os bacanas e explorar as vaidades dos poderosos. Era jornal pra ser lido, apreciado e fazer a diferença no dia a dia das pessoas.
Dalmo queria um jornal local. Que contasse o resultado do jogo do Marcílio, os acidentes mais próximos, as dificuldades de cada bairro. Mas essas informações locais tinham que ser publicadas numa linguagem acessível, que fosse entendida por todos. E, sobretudo, sem se importar se o que estava sendo dito, contado e mostrado agradava ou não aos poderosos do momento.
Dalmo Vieira lutou, praticamente durante todo o tempo em que esteve à frente do jornal, contra o preconceito, a intolerância e a violência daqueles que não admitem a liberdade de imprensa. Sofreu boicote econômico, intimidação, processos judiciais às dezenas, empastelamento das instalações do jornal, agressões à bala e até prisão. Mas não entregou os pontos nem deixou de sonhar. Dalmo partiu em 20 de março de 2004. Mas ele já tinha deixado seu legado e uma equipe com o mesmo nível de compromisso com a comunidade. Como se o jornal fosse uma espécie de “auditor popular”, uma verdadeira instituição do litoral norte de Santa Catarina. Transformou-se num jornal lido por todas as classes econômicas e sociais, e que faz a diferença na vida das pessoas, pauta os assuntos da região e ajuda na tomada de decisões.
E a população da região tem reconhecido o esforço do jornal e seus bons serviços mantendo-o, há décadas, como o veículo de comunicação de maior prestígio e penetração da região. No papel, nos meios digitais, como o computador ou no celular, informação de verdade. Sejam bem-vindos; boa leitura!